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Um vovô na cova dos leões | Universidade Babilônia – Ep.08 | Crônicast#008

Isaque Resende 15 de fevereiro de 2020 512


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    Um vovô na cova dos leões | Universidade Babilônia – Ep.08 | Crônicast#008
    Isaque Resende

Série: Universidade Babilônia – 08

#Crônicast #Daniel

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Em uma noite no ano de 539 antes de Cristo, houve uma mudança repentina de poder.
Ciro, o conquistador dos Medos e Persas conquistara seu propósito: dominar todo o mundo conhecido da época. A cidade acordará sob um novo estandarte. Haverá um exército na cidade, mas não é o exército deles. Sem a necessidade de uma batalha, o poder troca de mãos.
E agora? O que fazer quando você se torna o novo cara mais poderoso do mundo e precisa consolidar o seu reinado e estabelecer o seu poder? Essa é a sequencia de eventos que nos conduz na transição do capítulo 5 para o capítulo 6.
Daniel 6:1-3, “Dario achou por bem nomear cento e vinte sátrapas para governarem todo o reino; e colocou três supervisores sobre eles, um dos quais era Daniel. Os sátrapas tinham que prestar contas a eles para que o rei não sofresse nenhuma perda. Ora, Daniel se destacou tanto entre os supervisores e os sátrapas por suas grandes qualidades, que o rei planejava colocá-lo à frente do governo de todo o império.”
Babilônia, embora derrotada, ainda é uma cidade forte. Como governá-la? Bem, os Medos e Persas possuem um plano. Como administrar todo o Oriente Médio conhecido da época? Fácil, vamos dividí-lo em 120 províncias ou municípios. E para cuidar de cada uma dessas províncias, colocaremos 120 governadores. E para supervisionar todos esses líderes, vamos pegar os 3 mais capacitados e colocá-los como ministros. Daniel foi selecionado para ser um desses 3 ministros.
E é exatamente aqui neste terceiro verso que todo o conflito da história se inicia. Você não pode fazer isso. Quando os Medos, em parceria com os Persas, conquistam todo o mundo conhecido da época, na hora de escolher quem vai governar, tem de ser ou os Medos, ou os Persas. E aí o rei Dario coloca como um dos principais líderes do império um estrangeiro, escravo, judeu. Dentre todas as pessoas, logo um judeu?
O fator “racismo” será usado pelo resto do capítulo. Por que Daniel? Bem, após percorrermos 5 capítulos e chegarmos no verso 3 do sexto capítulo, vemos apenas este relato, “Ora, Daniel se destacou tanto entre os supervisores…”. Captou o detalhe? Daniel viveu uma vida tão justa e tão eficiente, que mesmo que suas origens e sua etnia gritassem que ele não faz parte desse novo império, ele não apenas foi escolhido para estar entre os TOP 3, mas agora o rei o observava e pensava seriamente, “Acho que vou colocá-lo à frente de todo o império.”
Qual é o objetivo do rei com isso? O texto apenas diz, “… para que o rei não sofresse nenhuma perda.” “Para que eu posso saber se está havendo alguma espionagem, alguma rebelião, algum levante, algum desvio, eu preciso ficar sabendo. E, para efeito de impostos e taxas, a quem eu posso confiar o dinheiro, a quem eu posso confiar o tesouro, em quem eu posso confiar totalmente sabendo que não serei passado para trás? Aaaahm, Daniel!”
Como o rei ficou sabendo desse cara? A primeira coisa que se fazia naquela época ao dominar um império, era se livrar da liderança antiga. Geralmente cortando suas cabeças em praça pública. É uma ótima forma de declarar, “Existe um novo poder na cidade.” E Daniel é o terceiro maior líder do império babilônico. Ele deveria ter sido exterminado.
E eu só posso imaginar que enquanto o rei fazia sua listinha negra de quem matar e quem poupar, há um burburinho no reino. “Tem um cara aí, um tal de Daniel, senta lá no fundo, na dele. Talvez você queira prestar mais atenção nele. Os rumores dizem que, primeiro, você não vai conseuir matá-lo de qualquer forma, e segundo, ele possui um grande conhecimento que pode lhe ser muito útil no governo. Mesmo como escravo, ele foi leal a todos os reis que o precederam. Ele não faz parte dos babilônios, então talvez você possa confiar nele. E a fofoca que rola nos corredores é que ontem a noite, enquanto nós atravessávamos o rio, ele já sabia. E até disse ao rei sobre isso. Ele consegue ler textos misteriosos na parede e consegue interpretar sonhos. Talvez você queira reconsiderar seu extermínio.”
E mais uma vez, alguém que deveria ter sido morto, por causa de seu estilo de vida de lealdade e fidelidade a Deus, além de uma vida cívica exemplar, não apenas sobrevive e é recompensado, mas sobe até o topo.
E agora o fator “racismo”, no verso 4, “Diante disso,” disso o que? Do fato de que um estrangeiro seria eleito o segundo no comando de todo o reino, “os supervisores e os sátrapas procuraram motivos para acusar Daniel em sua administração governamental, mas nada conseguiram. Não puderam achar falta alguma nele, pois ele era fiel; não era desonesto nem negligente. Finalmente esses homens disseram: “Jamais encontraremos algum motivo para acusar esse Daniel, a menos que seja algo relacionado com a lei do Deus dele”.
A revolta é grande. “Esse cara não era nosso aliado, ele não participou da conquista. Nós lutamos por Dario, nós demos o nosso sangue pela causa. Por que um judeu escravo irá ficar com que é nosso?” Então todos eles se viram contra Daniel para tentar encontrar nele algum defeito, alguma falha, alguma negligência.
E quando as mentes mais brilhantes de um país se viram contra um único indivíduo para sondá-lo, quandos os jornalistas, papparazzis e investigadores se focam em um indivíduo, é bem provável que alguns esqueletos no armário serão revelados. Convenhamos, todos nós temos algo escondido que não queremos que ninguém saiba. E a fúria deles se volta para Daniel.
E é exatamente aqui que precisamos pausar a história e realmente colocar as coisas em perspectiva, entender o contexto do que está acontecendo. Às vezes eu tenho a impressão de que nós temos a tendência de infantilizar a vida de Daniel para as crianças, e temos livros onde toda a biografia dele é colocada em uma única página onde tem a figura de um jovem passando a mão na cabeça do leão. Nós perdemos a noção do que está ocorrendo aqui.
“Um vovô na cova dos leões”. Por que? Com 66 anos de eventos, Daniel teria agora algo em torno de 83 anos. Isso não significa apenas que eles jogaram um vovô todo enrrugado na cova, mas também que Daniel está bem frágil e perto da morte. Após essa história, ele viverá apenas mais 3 anos.
E eis o por quê de isso ser tão importante. Quando chegamos ao verso 4, veja o que ele descreve, “procuraram motivos para acusar Daniel em sua administração governamental, mas nada conseguiram.” Você entende o que o contexto sugere?
Por 66 anos, Daniel foi um oficial do governo, e apesar disso, ninguém consegue achar uma ponta de corrupção. Nenhum centavo desviado do tesouro, nenhum tráfico de influência, nenhuma atividade escusa, nenhum escândalo interno ao longo do caminho, nada. Por 66 anos, não havia ninguém que eles pudessem achar para dizer, “Ei, chega aqui, deixa eu te contar sobre os primeiros anos, deixa eu te falar daquela vez em que ele…”. Nada.
As mentes mais inteligentes do atual governo se juntaram em uma escavação de 66 anos, tentando achar alguma pista, algum exemplo, alguma sombra de caráter que pudesse munir seus argumentos na hora de chegar para Dario e dizer, “É por isso que ele não pode ser promovido.” Mas não havia nada.
Daniel vivia uma vida que exigia uma explicação. Não era o tipo do homem que dizia, “Eu tenho fé em Deus.” Ele era um homem que vivia um estilo de vida que demonstrava ao mundo inteiro, “Observem minha fé em Deus.” O que o mundo mais precisa hoje, não são pessoas que vão à igreja todo sábado ou domingo e dizem que acreditam em Deus, mas de pessoas que caminham por aí fazendo o mundo se indagar, “Deve haver alguma explicação para ele ser como é.”
E esses caras chegaram a uma conclusão, chegaram a uma explicação. Última frase do verso 5, “Jamais encontraremos algum motivo para acusar esse Daniel, a menos que seja algo relacionado com a lei do Deus dele”. “Nós não conseguimos encontrar nenhuma forma de derrubar esse tal de Daniel, a menos que tenha algo a ver com a lei de seu Deus.” Ele é um homem que viveu uma vida sem reprovação, e ainda assim, eis o consenso que eles chegaram, “Daniel segue um Deus diferente”.
E se nós conseguirmos desvendar essa lei, se conseguirmos colocar nossa lei em conflito com a lei do Deus dele, conseguiremos derrubá-lo, pois a fidelidade dele a esse Deus ficou evidente a cada momento de sua vida.
Apesar de Daniel ter todos os motivos necessários para duvidar de um Deus que aparentemente abandonou seu povo por 66 anos, nós encontramos um velinho convicto de sua crença em Deus. Aqueles líderes entenderam, o único jeito de pegar Daniel, é através de sua fidelidade a Deus.
Certa vez, eu li uma frase que me chamou muito a atenção. “Se você fosse julgado por ser cristão, haveriam provas suficientes para condená-lo?” Nós precisamos viver uma vida que demande uma explicação. Esse homem é diferente, essa mulher não pensa só em si mesma, não parece que ele está pensando no poder, não parece que ela está pensando no status, não parece ser sobre eles. Parece ser sobre alguma outra coisa. Sobre o que é então?
Cristianismo não deve ser um final de semana ou um título que nós reinvindicamos, mas um motivo para que o mundo a nossa volta exija uma explicação. “Por que você é assim? Quais são os seus princípios? Fale-me mais sobre o seu padrão moral.” E a única conclusão que o mundo vai chegar é, “Ele segue outro tipo de lei. Ela vive sob outro tipo de filosofia.”
Aquilo que você ensina em sala de aula pelos últimos 30 anos, aquelas conversas na sala de descanso, a forma como você coordena seus subordinados, como você obedece ao seu patrão que muitas vezes faz você se sentir um exilado, se dirigindo a alguém que te fechou no trânsito, ou falando com aquele garçom que errou o seu pedido. Nosso cristianismo é mais evidente para o mundo em situações como essas, do que cantando um hino no culto sábado de manhã.
“O mundo pode não saber os detalhes de nossas doutrinas, ou as intimidades da comunhão com Deus, mas eles sabem reconhecer um problema de temperamento, egoísmo, descomprometimento e desonestidade quando veem. O mundo é um péssimo crítico da minha religião, mas sabe analisar muito bem o meu caráter. O mundo não faz muita ideia do que seja cristianismo, mas eles sabem avaliar minha conduta.”
Daniel vive uma vida que diz: “Eu não vou te dizer o que é Cristianismo baseado em onde eu vou nos fins de semana. Você vai reconhecer meu cristianismo em meu escritório segunda de manhã, na terça pela tarde enquanto eu lido com meus clientes, numa quarta a noite quando eu atendo meu paciente.”
Vamos para o verso 6 de Daniel 6, “E assim os supervisores e os sátrapas de comum acordo foram falar com o rei: “Ó rei Dario, vive para sempre! Todos os supervisores reais, os prefeitos, os sátrapas, os conselheiros e os governadores concordaram em que o rei deve emitir um decreto ordenando que todo aquele que orar a qualquer deus ou a qualquer homem nos próximos trinta dias, exceto a ti, ó rei, seja atirado na cova dos leões. Agora, ó rei, emite o decreto e assina-o para que não seja alterado, conforme a lei dos medos e dos persas, que não pode ser revogada”. E o rei Dario assinou o decreto.”
Até que faz sentido, não faz? Eles vão até o rei e começam a bajulá-lo. “Ó rei, a única forma de todos no império saberem que Babilônia já era e existe um novo rei na área, é se o senhor promover uma lei em que, durante 30 dias, as pessoas só prestem adoração a ti. Isso com certeza irá unir a todos.” E eu imagino que o rei tenha gostado muito dessa ideia. Ser adorado por todo o império durante 30 dias? Isso massageia o ego de qualquer um.
“A, e por sinal, rei, todo mundo aqui da liderança concorda, viu? Todo mundo está de acordo.” E o rei acredita. Aparentemente, todos concordam, não há razão para duvidar. Se Daniel também concorda, então está tudo bem. E era tudo o que eles precisavam para prosseguir com o plano. E assim, o decreto é assinado.
Verso 10, “Quando Daniel soube que o decreto tinha sido publicado, foi para casa, para o seu quarto, no andar de cima, onde as janelas davam para Jerusalém. Três vezes por dia ele se ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus, como costumava fazer.”
Preste atenção na expressão da última frase, “como costumava fazer.” Isso não é algo novo, não é um ato de protesto, é apenas um vislumbre, um resumo dos 66 anos de Daniel em terra estrangeira.
Muitas vezes nós vivemos uma espécie de cristianismo ativista. Se aparecesse uma lei dizendo, “É proibído testemunhar sobre a fé em Deus no Shopping Center da cidade”, aí de repente todos nós iríamos dizer, “Vamos galera, todo mundo pro shopping para falar de Deus”. Sendo que até agora, nós fomos para o shopping todos os fins de semana e ninguém fazia ideia que éramos cristãos. Você consegue entender isso?
Para Daniel, não era uma questão de exibição, ou demonstração insubversiva de sua fé de forma pública e escandalosa. Era simplesmente mais um dia em sua comunhão com Deus. Era rotina. Ele não saiu correndo para uma das praças de Babilônia gritando, “Deus, me ouça nesse momento!”, ele foi para casa e orou discretamente, como sempre fazia.
Ele já havia feito essa escolha na universidade, lá no capítulo 1. Esse é o estilo de vida de um senhor de uns 83 anos dizendo, “Fui fiel por 66 anos, 2 reinos e 7 reis. Não é agora que eu vou dar pra trás por 30 dias.”
Verso 11, “Então aqueles homens foram ver e encontraram Daniel orando, pedindo ajuda a Deus. Assim foram falar com o rei acerca do decreto real: “Tu não publicaste um decreto ordenando que nos próximos trinta dias todo aquele que fizesse algum pedido a qualquer deus ou a qualquer homem, exceto a ti, ó rei, seria lançado na cova dos leões?” “Será que eu estou enganado, ou tinha alguma coisa assim?” “O rei respondeu: “O decreto está em vigor, conforme a lei dos medos e dos persas, que não pode ser revogada”. “Então disseram ao rei: “Daniel, um dos exilados de Judá,” O fator racista aqui vai ser usado fortemente, “Daniel, aquele escravo judeu. Daniel, que não é um de nós. Daniel, que não pensa e nem age como nós. Daniel, que não tinha nada que estar aqui, “não te dá ouvidos, ó rei, nem ao decreto que assinaste. Ele continua orando três vezes por dia”. Quando o rei ouviu isso, ficou muito contrariado, e como estava decidido a salvar Daniel, até o pôr-do-sol fez todo o esforço que pôde para livrá-lo.”
O problema é que quando você é um rei Medo ou Persa, você é um deus. Tudo o que você fala ou escreve vem diretamente dos deuses, e os deuses não erram. Por isso, se você voltar atrás, você está errado e não é um deus, e consequentemente, não serve para ser rei. E ali ele se vê preso em sua própria palavra. E ele tentou de tudo, uma brecha, um contorno, qualquer coisa que pudesse salvar Daniel até o pôr-do-sol, mas não teve jeito.
Verso 15, “Mas os homens lhe disseram: “Lembra-te, ó rei, que, conforme a lei dos medos e dos persas, nenhum decreto ou edito do rei pode ser modificado”. Então o rei deu ordens, e eles trouxeram Daniel e o jogaram na cova dos leões. O rei, porém, disse a Daniel: “Que o seu Deus, a quem você serve continuamente, o livre!”
É preciso destacar essa última frase, ela confirma justamente o que já falamos anteriormente. Essa é a única oração falada em todo o capítulo, “Que o seu Deus, a quem você serve continuamente, o livre!”. “Que o Deus com quem você se encontra todos os finais de semana, ou pelo menos na maioria deles, espero que Ele te livre agora.” Não. “Que o Deus com quem você anda a cada momento, que eu posso ver refletido em tuas ações, não importa quais sejam elas, que esse Deus a quem você tem sido fiel o tempo todo te livre dessa.
Cristianismo não é um lugar de adoração, não é um título que você reivindica. É um estilo de vida que mostra para o mundo que nós vivemos em outro reino com outras leis. E por mais que eu esteja confinado aos portões deste mundo, e esteja cercado pela filosofia que diz que eu tenha que fazer com que tudo seja sobre mim, eu não irei por este caminho.
Verso 17, “Taparam a cova com uma pedra, e o rei a selou com o seu próprio anel-selo e com os anéis dos seus nobres, para que a situação de Daniel não se modificasse. Tendo voltado ao palácio, o rei passou a noite sem comer e não aceitou nenhum divertimento em sua presença. Além disso, não conseguiu dormir. Logo ao alvorecer, o rei se levantou e correu para a cova dos leões. Quando ia se aproximando da cova, chamou Daniel com voz aflita: “Daniel, servo do Deus vivo, será que o seu Deus, a quem você serve continuamente, pôde livrá-lo dos leões?'” Não dá pra continuar sem antes destacar o que ocorre aqui. Lembre-se que estamos em uma sociedade de muitos deuses, de ouro, prata, bronze, madeira e pedra. Você viveu um estilo de vida de destaque que me mostrou que há algo de diferente em você, e agora, eu percebo que você serve a um Deus vivo. “‘Daniel, servo do Deus vivo, será que o seu Deus, a quem você serve continuamente, pôde livrá-lo dos leões?’ Daniel respondeu: ‘Ó rei, vive para sempre! O meu Deus enviou o seu anjo, que fechou a boca dos leões. Eles não me fizeram mal algum, pois fui considerado inocente à vista de Deus. Também contra ti não cometi mal algum, ó rei'”.
Percebe como Daniel age? “Ó rei, vive para sempre!” Percebe o quanto essa resposta é diferente da minha, e talvez da sua também?
Eu não sei como seu patrão, colega de trabalho, parceiro de faculdade ou vizinho te trata, mas eu duvido que eles já tenham te jogado na cova dos leões. E se um servo de Deus reage dessa forma numa circunstância assim, como deveria ser nossa reação nas pequenas desavenças que temos com os outros no dia a dia?
Verso 23, “O rei muito se alegrou e ordenou que tirassem Daniel da cova. Quando o tiraram da cova, viram que não havia nele nenhum ferimento, pois ele tinha confiado no seu Deus. E por ordem do rei, os homens que tinham acusado Daniel foram atirados na cova dos leões, juntamente com as suas mulheres e os seus filhos. E, antes de chegarem ao fundo, os leões os atacaram e despedaçaram todos os seus ossos. Eram bestas famintas que só foram seguradas pela força dos anjos de Deus. Então o rei Dario escreveu aos homens de todas as nações, povos e línguas de toda a terra: “Paz e prosperidade! “Estou editando um decreto para que nos domínios do império os homens temam e reverenciem o Deus de Daniel. “Pois ele é o Deus vivo e permanece para sempre; o seu reino não será destruído, o seu domínio jamais acabará. Ele livra e salva; faz sinais e maravilhas nos céus e na terra. Ele livrou Daniel do poder dos leões”. Assim Daniel prosperou durante os reinados de Dario e de Ciro, o persa.”
É impressionante a postura de Dario em relação ao Deus de Daniel. “Povos de todas as nações, adorem e reverenciam o Deus de Daniel.” Não é, “Povos de todas as nações, achei um Deus poderoso que nós podemos usar para o nosso favor. Não é, “Gente, se vocês querem um Deus poderoso para dar tudo o que vocês querem, fazê-los prosperar, consertar suas finanças e livrar vocês dos males, eu acabei de achar um. Comecem a orar a ele e vejam o que vocês conseguem ganhar com isso.” Não é isso. Aqui temos um homem com pouquíssima teologia, mas com compreensão suficiente para saber, que esse é um Deus a ser temido, a ser adorado, a ser louvado como Criador, Mantenedor, um Deus vivo.
Quantas vezes, quando eu e você nos deparamos com esse Deus, e queremos apenas usá-lo? Minhas finanças, minha carreira, minha vida amorosa, minha prosperidade, vamos lá Deus, comece a trabalhar aí! Me faça prosperar. E a postura do rei é, “Um Deus assim não se usa, um Deus assim você serve. Por toda a sua vida, assim como Daniel.”
Durante 66 anos, através de dois impérios e vários reis que vieram e se foram, Daniel e seus amigos mostraram que o significado de nossa vida não se encontra nos títulos, mas no testemunho. Quatro adolescentes que fizeram parte da história mundial, e tiveram posição de destaque em dois dos maiores reinos que já existiram.
E mais de 2500 anos depois, nós não lemos sobre esses reis, mas sobre esses jovens que disseram, “Mesmo longe de casa, mesmo em um país como esse, é ao nosso Deus que nós servimos.” E é em cima desse testemunho que Deus escreve sua história.
Eis algumas lições finais para considerarmos no final dessa semana de oração.
Primeiramente, ser uma luz não tem a ver simplesmente com fazer o que deve ser feito, mas fazê-lo bem feito. Se você quer ser um cristão, você precisa entender o que isso significa no seu dia a dia. A preparação para o sucesso na sua vida, é apenas fazer o que você está fazendo agora, mas fazer bem feito.
Se você é um estudante, quão bem você está estudando? Se você é um caixa de supermercado, quão bem você faz isso? Se você está preso em um trabalho provisório que é apenas enquanto você não encontra aquele onde quer seguir carreira, quão bem você está fazendo? Quão aplicado é você nos relacionamentos com seus colegas, vizinhos, familiares?
Ser uma luz não é apenas fazer suas obrigações, mas fazê-las bem feitas. Daniel passou 66 anos transitando de escravo a estudante, de estudante a oficial da corte, de oficial a governador, e de governador a primeiro ministro, e no caminho, Deus foi dizendo, “Eu te usarei novamente, te usarei novamente, te usarei novamente.”
Em segundo lugar, precisamos entender que a fidelidade no tempo presente é uma preparação para ser fiel no futuro. O que você faz agora, determina a forma como Deus te usará no futuro. 2 Crônicas 16:9 diz, “Pois os olhos do Senhor estão atentos sobre toda a terra para fortalecer aqueles que lhe dedicam totalmente o coração.”
Deus ainda diz, “Eu te uso em minha história, quer você tenha 13, 43 ou 83 anos, mas você tem sido fiel a mim?” “Bem, como eu vou saber? Eu nunca realizei nada grandioso.” “Bem, você tem sido fiel nas pequenas coisas? Não nas perseguições e na dificuldade, mas na riqueza e em posições de poder, quando eu te dei sucesso e prestígio, eu não te perdi.”
Deus nos pergunta, “Como escravo você me serviu bem, mas e se eu te colocar como o melhor aluno da classe? Você foi fiel como servidor público, mas e se eu te colocar em uma posição de superioridade e liderança? Você ainda me servirá?”
É muito perigoso isso, pois assim que estivermos nessas posições, Babilônia irá nos dizer que fomos nós que conquistamos para o nosso deleite e para o engrandecimento do nosso nome, e colocamos tudo a perder nesse reino temporário.
“Posso confiar em você com as habilidades e dons que eu te dou?” Daniel e seus amigos entenderam que não se tratava do que eles faziam, mas de quem eles representavam. “Não é o meu nome, é o de Deus. Não é minha empresa, é a de Deus. Não é minha conta bancária, é a de Deus.”
Por 66 anos, de escravo estrangeiro ao segundo em poder no reino, Deus olhou para Daniel e disse, “Eu posso confiar em você.” Fidelidade presente é preparação para fidelidade no futuro. Você quer ter sucesso ao lado de Deus, comece sendo fiel agora, hoje.
Essa é a história de um homem que disse, “Eu não vou desistir de um estilo de vida que honra ao Deus a quem eu sirvo, mesmo que seja por 30 dias. Não vale a pena.” Não é um estilo de vida que se resume aos cultos da igreja e à leitura da Bíblia pela manhã. É o que eu faço na segunda de manhã, na terça ao meio dia, na quarta de tarde e na quinta pela noite. E daqui a 66 anos, que eu possa acordar em algum sábado pela manhã e olhar para trás sem uma gota de arrependimentos.
E finalmente, a parte que nós não enxergamos nas historinhas infantis, é que esses quatro jovens realmente se enxergavam como escravos, mas não de Babilônia. E a Bíblia nos diz claramente que nós só podemos servir a um de dois senhores. Ou serviremos ao espírito de Babilônia e olharemos apenas para nós mesmos buscando o engrandecimento do nosso nome, ou iremos participar da história de Deus que é eterna. Não existe neutralidade. Ao não escolher o reino de Deus, nos posicionamos em Babilônia.
Por 66 anos, Daniel manteve uma perspectiva mental de escravidão a Deus. E mesmo no segundo cargo mais importante do império, ele entendia, “Eu ainda pertenço a alguém. Eu ainda sou de Deus.”
E no último verso, do último capítulo desse livro de testemunhos, Deus diz,
Dn 12:13 – “Quanto a você, siga o seu caminho até o fim. Você descansará, e então, no final dos dias, você se levantará para receber a herança que lhe cabe”.

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