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Contracultura

O Primeiro dia de Aula | Universidade Babilônia – Ep.02 | Crônicast#002

Isaque Resende 4 de janeiro de 2020 204 1 5


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    O Primeiro dia de Aula | Universidade Babilônia – Ep.02 | Crônicast#002
    Isaque Resende

Série: Universidade Babilônia – 02

#Crônicast #Daniel

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Abra sua Bíblia em Daniel 1:1 e vamos dar início a essa jornada:

No terceiro ano do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, Nabucodonosor, rei da Babilônia, veio a Jerusalém e a sitiou.

Por muito tempo o Egito fora uma potência mundial, mas perdeu força e abriu espaço para a poderosa Assíria. Nas últimas décadas, contudo, um novo poder surgira. A jovem Babilônia vinha engolindo tudo que encontrava no caminho, avassaladora e imbatível em todas as batalhas, um império em ascensão.

Após ser derrotada várias vezes por Babilônia e ter perdido algumas capitais importantes, a Assíria se posiciona na cidade de Carquemis, a oeste do Rio Eufrates, na região onde hoje está a Turquia moderna. O exército do Egito se junta a eles, pois eles sabem que se perderem suas rotas comerciais, seu poderio econômico irá desabar.

Em uma batalha que entrou para a história, Babilônia esmaga a Assíria e arrasta o Egito desde a moderna Turquia por cerca de 800km até o Norte da África, e no caminho,  eles saqueiam, fazem prisioneiros, e fazem questão de deixar bem claro: existe um novo xerife no pedaço.

Sem a proteção do Egito e da Assíria, desamparada no meio do caminho está Jerusalém.

Israel já fora uma grande nação nos tempo de Davi e Salomão, mas através da história bíblica, sucessivos casos de infidelidade e idolatria fizeram a nação diminuir a quase nada. Após o governo de Salomão, uma guerra civil divide o reino em dois. No Sul, Judá é formada pelas tribos de Judá e Benjamin, centralizadas na capital Jerusalém. No Norte, Israel e sua capital Samaria acolhem as outras 10 tribos.

Com o passar do tempo, apesar de todas as advertências dos profetas, Israel é destruída completamente pelos Assírios, mas Judá se torna sua aliada, pagando pesados impostos.

Judá, antes uma potência mundial, agora não passa de uma cidade de camponeses. A nação inteira de Jerusalém não era maior do que 1/4 do Acre. E é essa frágil cidade que é pega no meio de uma guerra épica.

É importante entendermos esse cenário político e histórico, porque durante esta semana, iremos acompanhar a história de 4 jovens retirados dessa cidade e levados para viverem nesse novo e gigantesco império chamado Babilônia.

E à medida em que avançamos na história durante esta semana, precisamos entender que não estamos apenas observando a história. A forma como Babilônia funciona, é a mesma forma como o mundo funciona nos dias de hoje.

Existem algumas coisinhas que você precisa considerar quando pretende governar com punho de ferro cidades e nações que ficam a mais de 800km da capital, em um tempo onde a informação viaja tão rápido quanto um cavalo consegue correr. Babilônia tem um sistema.

1º – O primeiro método que notamos está no verso 2:

“E o Senhor entregou Jeoaquim, rei de Judá, nas suas mãos, e também alguns dos utensílios do templo de Deus. Ele levou os utensílios para o templo do seu deus na terra de Sinear e os colocou na casa do tesouro do seu deus.”

Levou utensílios do templo de Deus.

Naqueles tempos, o seu sucesso, fama, riqueza e poder eram todos baseados no quão forte e poderoso era o seu deus. E o fato de Babilônia ter derrotado Judá, que cria em um só Deus, o único Deus, YHWH (quem era?), bem, levar os utensílios do templo de Deus e colocá-los no templo de um dos deuses de Babilônia é só para lembrar ao povo de Judá: Nosso deus acabou de chutar o traseiro do teu Deus.

Descrição dos utensílios1 Reis 7:48-50 – “Além desses, Salomão mandou fazer também todos estes outros utensílios para o templo do Senhor: o altar de ouro; a mesa de ouro sobre a qual ficavam os pães da Presença; os candelabros de ouro puro, cinco à direita e cinco à esquerda, em frente do santuário interno; as flores, as lâmpadas e as tenazes de ouro; as bacias, os cortadores de pavio, as bacias para aspersão, as tigelas e os incensários; e as dobradiças de ouro para as portas da sala interna, o Lugar Santíssimo, e também para as portas do átrio principal.”

Tudo o que você considera mais sagrado, até mesmo o que está no santo dos santos, pertence agora ao templo do nosso deus. Tudo isso para você saber que a próxima vez que for orar, o mundo dará um tapa na tua cara e dirá: Estúpido! O Teu Deus teve o traseiro chutado! Olha pra você. Veja a situação em que você se encontra. Onde está o teu Deus? Você ainda vai acreditar nele? Nossos deuses são muito mais poderosos!

2º – O segundo método babilônico está no verso 3: “Então o rei ordenou que Aspenaz, o chefe dos oficiais da sua corte, trouxesse alguns dos israelitas da família real e da nobreza;

Descrição das pessoas levadas cativas2 Reis 24:13-16 – “Conforme o Senhor tinha declarado, Nabucodonosor retirou todos os tesouros do templo do Senhor e do palácio real, quebrando todos os utensílios de ouro que Salomão, rei de Israel, fizera para o templo do Senhor. Levou para o exílio toda Jerusalém: todos os líderes e os homens de combate, todos os artesãos e artífices. Era um total de dez mil pessoas; só ficaram os mais pobres. Nabucodonosor levou prisioneiro Joaquim para a Babilônia. Também levou de Jerusalém para a Babilônia a mãe do rei, as mulheres do rei e os oficiais do rei e os líderes do país. O rei da Babilônia também deportou para a Babilônia toda a força de sete mil homens de combate, homens fortes e preparados para a guerra, e mil artífices e artesãos.”

Num território de 1/4 da extensão do Acre, tirar 10 mil dos mais qualificados, dos líderes e sábios com certeza deixa um vazio no local. E não se trata apenas de tirar a sua liderança de você. É para te lembrar, a 800km de distância, que se um dia você tiver a ideia de se revoltar ou de se aliar a outra nação, nós iremos enviar de volta 10 mil cabeças em carroças.

Babilônia possui um jeitinho sutil de dizer: Não importa aonde você vá, não importa a quem você recorra. Nós podemos te alcançar. Nós possuímos você. Você é nosso!

 

Uau! Que início de história. Isso soa familiar para você?

A pergunta mais natural neste momento é: ONDE ESTÁ DEUS?

Não sei como é contigo, mas como cristão, sinto que vivo em um mundo que me fez cativo. Vivo em um mundo onde parece que Deus não está por perto.

Leio ou assisto os jornais, e o que eu noto é que apesar de toda a tecnologia na agricultura, apesar de tudo o que sabemos sobre empreendimento alimentício, 1 bilhão de pessoas ainda passam fome, e a cada 3 segundos um deles morre. Onde está Deus? Tanta desonestidade, morte, AIDS, câncer, violência sem sentido.

Eu não sei quanto a você, mas quando eu saio da minha bolha e observo a realidade, francamente, parece que o meu Deus teve o seu traseiro chutado.

O que fazer sobre isso? Como viver em mundo que diz: Você pode adorar o seu Deus o quanto quiser, mas os artigos do templo estão conosco. Se você precisa de um amuleto, ou de uma superstição para ter esperança, vai fundo, mas este mundo é a prova de que não existe um Deus de amor entre nós.

Você já se encontrou nessa situação?

É aqui que nossa história começa. E pelos próximos dias, descobriremos como alguém que crê em Deus pode viver em um sistema que afirma justamente o contrário.

Volte comigo para o verso 2 e preste atenção na frase: “E o Senhor entregou Jeoaquim, rei de Judá…” Em mundo onde parece que Deus não faz sentido algum, o autor enfatiza logo no começo: Veja, Deus ainda é soberano. Nada disso está ocorrendo sem a autorização de Deus ou sem o seu conhecimento.

Mas então, por que Deus está fazendo isso? Por que ele permitiu que as coisas chegassem a esse ponto? Me acompanhe até Jeremias 25:3-11, onde 23 anos antes, o profeta já avisara:

“Durante vinte e três anos a palavra do Senhor tem vindo a mim, desde o décimo terceiro ano de Josias, filho de Amom, rei de Judá, até o dia de hoje. E eu a tenho anunciado a vocês, dia após dia, mas vocês não me deram ouvidos. Embora o Senhor tenha enviado a vocês os seus servos, os profetas, dia após dia, vocês não os ouviram nem lhes deram atenção, quando disseram: “Converta-se cada um do seu caminho mau e de suas más obras, e vocês permanecerão na terra que o Senhor deu a vocês e aos seus antepassados para sempre. Não sigam outros deuses para prestar-lhes culto e adorá-los; não provoquem a minha ira com ídolos feitos por vocês. E eu não trarei desgraça sobre vocês”. “Mas vocês não me deram ouvidos e me provocaram à ira com os ídolos que vocês fizeram, trazendo desgraça sobre si mesmos”, declara o Senhor. Portanto, assim diz o Senhor dos Exércitos: “Visto que vocês não ouviram as minhas palavras, convocarei todos os povos do norte e o meu servo Nabucodonosor, rei da Babilônia”, declara o Senhor, “e os trarei para atacar esta terra, os seus habitantes e todas as nações ao redor. Eu os destruirei completamente e os farei um objeto de pavor e de zombaria, e uma ruína permanente. Darei fim às vozes de júbilo e de alegria, às vozes do noivo e da noiva, ao som do moinho e à luz das candeias. Toda esta terra se tornará uma ruína desolada, e essas nações estarão sujeitas ao rei da Babilônia durante setenta anos.”

Jeremias diz: vocês olham ao redor e se perguntam por que a vida está desse jeito? Por anos e anos eu tenho anunciado, mas vocês ignoram os profetas, ignoram as palavras de Deus e  dizem: É sobre mim! É sobre mim! É sobre mim! – Tudo bem, Deus diz, é sobre você. Mas se você me tirar da sua vida, você também tirará minha mão protetora de cima de você, e a  Babilônia virá do Norte e destruirá essa terra e te levará cativo por 70 anos.

Queridos, nós vivemos em um mundo onde somos levados a dizer que cremos em Deus, mas viver um estilo de vida que nos leva a colocar todos os outros ídolos na frente. Como assim outros ídolos? Veja o que Babilônia valoriza, de volta a Daniel 1 verso 4:

“jovens sem defeito físico, de boa aparência, cultos, inteligentes, que dominassem os vários campos do conhecimento e fossem capacitados para servir no palácio do rei.”

Quais são as prioridades de Babilônia? Corpos perfeitos, beleza, visual impecável e ter algo a oferecer. Ainda bem que hoje as coisas não são assim, certo?

E por três anos nós vamos te treinar para isso, vamos te bombardear com essa filosofia. Te ensinaremos a pensar como nós pensamos, agir como nós agimos, fazer o que nós fazemos, viver como nós vivemos, fazer com que você seja um de nós. Nós vamos pegar as suas crenças, os seus valores e o seu Deus e jogar na sua cara que eles não funcionam, afinal de contas, os artigos estão no nosso templo.

Esse é ou não é o mundo em que vivemos hoje? Cada capa de revista, cada artigo on-line, cada publicidade de Tv ressalta a beleza e a performance. Afirma um padrão inalcançável de normalidade, e coloca em nós a angústia de querer ser normal também. Percebe onde nossa história se passa? É dentro desse sistema. É numa classe de aula da Universidade Babilônia.

Babilônia possui o costume de se apegar a tudo que a torna grande e de forma alguma deixar isso escapar. Essa é a filosofia do império. Essa é a norma de tudo o que eles consomem. Agarre tudo do bom e do melhor, segure firme e jamais abra mão. À medida em que avançarmos na história durante essa semana, iremos ver este padrão do início ao fim.

Observe o grande choque entre a filosofia divina e a filosofia babilônica:

 

Veja tudo o que eu conquistei toda boa dádiva vem do alto
eu preciso me garantir considere os outros acima de si mesmo
Ame aqueles que te amam Isso não é amor, até os pagãos fazem isso. Ame aqueles que te odeiam.
Siga o seu coração negue-se a si mesmo, tome tua cruz e siga-me
Pegue o que você puder, o mais rápido que você puder. compartilhe o máximo que você puder, mesmo com custo pessoal.
junte tesouros e acumule posses imediatamente. junte tesouros no céu
Babilônia bate no peito orgulhosa e anuncia: sou rico e de nada tenho falta. No Reino de Deus, as pessoas de cabeça baixa suplicam: Tenha piedade de mim, Senhor, pois sou pecador.

 

Você consegue perceber o conflito entre as duas filosofias? Você consegue entender que Babilônia nada mais é do que a representação do mundo em que nós vivemos hoje? Talvez não aconteça na forma de uma conquista violenta e avassaladora, mas o bombardeio é constante: Essa é a nossa filosofia! Esse é o nosso estilo de vida!

E Nabucodonosor sabia o que estava fazendo. Vamos pegar esses crentes em Deus e imergi-los em nossa cultura. No que pensamos. No que fazemos. O que comemos. O que falamos. Podem se chamar como quiserem, nós não nos importamos, apenas torne-se como um de nós. E é tão fácil cair nessa armadilha nos dias em que vivemos, é ou não é? A coisa mais fácil para um cristão é se apegar a um nome, a uma identidade, mas viver um vida ensopada da filosofia de Babilônia.

E o que é ensinado na Universidade Babilônica? Vejamos no final do verso 4: “jovens sem defeito físico, de boa aparência, cultos, inteligentes, que dominassem os vários campos do conhecimento e fossem capacitados para servir no palácio do rei. Ele devia ensinar-lhes a língua e a literatura dos babilônios.

A palavra babilônios significa caldeus. Os caldeus eram a tribo dominante do império babilônico, por isso essas palavras são intercambiáveis. Mas quando nós voltamos para a palavra original caldeus, nós descobrimos algumas coisas muito importantes. Os caldeus eram versados em encantamentos. Eram mágicos, bruxos, feiticeiros, adivinhos, necromantes. Isso vai ficar mais evidente na próxima história, mas essa era a arte, a habilidade pela qual eles ficaram famosos.

Sua cultura e literatura acumulava feitiços, encantamentos, hinos, invocações, misticismo, lendas, fórmulas científicas para habilidades como fazer vidro, matemática e astrologia. Começar a estudar a literatura babilônica era imergir completamente em um novo mundo.

Era disso que Babilônia se tratava. É simplesmente a maior e mais gloriosa cidade de seu tempo. Uma cidade que consome do melhor que há para ser consumido. É o local das maiores peças artísticas e literárias da época. Reconhecida por sua política, economia, ciência, astronomia.

 

E eles colocam esses jovens em uma das classes dessa gigantesca universidade, e eles irão aprender mágica, feitiços, encantos e interpretações. Irão conhecer nossa ciência, nossa história, nossas lendas, nossos deuses. E tudo irá girar em torno de um só propósito: o engrandecimento e a satisfação do EU.

Babilônia irá fazer de tudo para que esses rapazes não só conheçam esse universo, mas amem esse universo. Afinal, isso é muito melhor do que a pedante comunidade agrícola do tamanho de 1/4 do Acre da qual eles foram roubados, certo?

Vale a pena trocar aquela vida por essa, ou não vale?

João em sua primeira carta nos diz que nós estamos no mundo, mas não somos do mundo. Satanás governa este mundo, e sua filosofia para Babilônia ainda é a mesma filosofia que rege o mundo hoje.

Pode se chamar como quiser, acreditar no que quiser, apenas conheça o que nós conhecemos, consuma o que nós consumimos, e viva como nós vivemos. E é tão fácil ser sugado para esse redemoinho. Cada outdoor, cada cartaz, cada página de publicidade, cada comercial de tv ou banner na internet ecoa: eis a nossa filosofia! Aqui o EU é valorizado!

Eu não sei quanto a você, mas quando eu saio da igreja e piso lá fora, eu me sinto como um judeu exilado em Babilônia. Meus valores e princípios parecem extremamente insignificantes perto da filosofia que o mundo me apresenta. Todos nós estamos matriculados nessa Universidade, quer queiramos ou não. No sábado ou domingo nos refugiamos na igreja, mas ninguém vive na igreja o tempo todo. Como viver de segunda a sexta? Como sobreviver em Babilônia?

Durante essa semana nós iremos revisitar a história de 4 jovens que estudaram na Universidade de Babilônia, mas se formaram na Universidade do Reino de Deus. E é com eles que iremos aprender a fazer o mesmo.

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